29/04/2011

Pânico na escola

Lá dentro estava pior.

A minha escola é nova, novíssima, foi renovada e inaugurada este ano. Apesar disso raras são as vezes em que chove e algumas partes da escola não ficam alagadas. Mas hoje foi pior, muito pior.
Estávamos na aula de português quando um rapaz entrou a dizer que tínhamos de sair das salas porque o pavilhão estava a inundar. Olhámos pelas janelas e o pavilhão estava totalmente rodeado de água. Saímos da sala e percebemos que estava toda a gente lá em baixo e que não se conseguia mesmo sair do pavilhão, descemos apesar dos últimos degraus já estarem quase submersos. Estava toda a gente no piso de baixo sem saber o que fazer, ninguém podia sair e a trovoada cada vez se fazia ouvir mais fortemente, contribuindo para o crescente da minha aflição (e de mais umas quantas meninas e professoras). Eu, que já na aula estava em pânico devido ao meu já conhecido pavor a trovoada, fiquei ainda mais assustada quando nos disseram que era possível termos de ficar várias horas lá dentro até que os bombeiros conseguissem remover toda a água que havia inundado quase completamente a escola. Mas o pânico total instalou-se quando o quadro eléctrico (inteligentemente colocado no chão -.-) rebentou por causa da enorme poça de água formada por baixo de si, dando inicio a pequeno curto-circuito. O pânico instalou-se, todos queríamos fugir, todos corriam de um lado para o outro, gritando. A confusão era total. Entrámos todos para a única sala que ainda não estava inundada, pessoas que ocupam todas as salas de um pavilhão, dentro de uma só sala. Os estrondos vindos do quadro eléctrico faziam-se ouvir, as raparigas choravam, os rapazes tentavam arranjar maneira de sairmos todos pelas janelas, ainda que a água lá fora fosse imensa, o importante era sair dali. Os professores tentavam acalmar-nos mas estavam igualmente assustados, todos tentávamos ligar para alguém...
Enfim, passada mais de uma hora decidimos começar a sair por uma das janelas, aquela que tinha por baixo menos água. Os rapazes saíram primeiro para, do lado de fora, ajudarem as raparigas e quando finalmente estávamos todos na rua, ainda que de baixo de chuva forte, trovoada e com água pelos joelhos, percebemos que também não se podia sair da escola, não havia saídas possíveis, todos os portões tinham as suas áreas inundadas e era necessário esperar a acção dos bombeiros. Havia gente muito assustada, em locais da escola totalmente cercados de água e sem saída possível.
Enfim, passado mesmo muito tempo, tornou-se possível sair por um dos portões e aos poucos todos foram abandonando a escola, cuja entrada principal se encontrava como mostra a fotografia.
Se não fosse aquele curto-circuito não haveria tanto perigo e motivo para ter medo, para nós que estávamos fechados no pavilhão 1, claro não ficaríamos lá fechados durante muito tempo e nada de mal nos aconteceria, mas aquele quadro eléctrico a rebentar por todos os lados assustou-nos a sério e representava um perigo bem real. Não costumo ser muito mesquinha com estas coisas mas a verdade é que alguém se deveria responsabilizar, não é admissível que a segurança dos alunos e corpo docente de uma escola inteira fique em risco desta maneira assim que chove mais do que o normal. E mais uma vez fica provada a a incompetência de quem projectou aquela escola, coisa que desde cedo se fez notar.

3 comentários:

Mafalda Monteiro disse...

ai meu deus :o
eu nem sei que fazia, porque ainda por cima tenho claustrofobia, não conseguia ficar tanto tempo numa sala.

Mafalda Monteiro disse...

imagino.

também gostas? :)

Rita disse...

Cá no Porto muito se falou do mau tempo ai em baixo...