22/05/2012

A criança cresceu


O piolho com cara de anjo tapada por mil caracóis loiros, muito desengonçado a andar ainda agarrado às coisas e a pronunciar pelas primeiras vezes a palavra "mana" perante o meu sorriso babado de criança que ainda sendo uma criança é a orgulhosa irmã mais velha, cresceu. Cresceu de tal maneira que com 13 anos feitos há pouco tem quase a minha altura (o que não é difícil), resposta para tudo na ponta da língua e uma mania enorme de que já é gente grande.
Gosto muito dele. Continua a ser o meu maninho pequenino que eu apertava, abraçava, sufocava com beijinhos, fazia tudo o que quisesse como se fosse um boneco. Com a diferença de que ele agora já não deixa fazer nada disso, afinal agora ele é um miúdo crescido, não pode andar aí aos beijinhos e abracinhos à irmã mais velha.
Tanto eu como o meu irmão, não fomos batizados em bebés. O meu pai sempre disse que os filhos tinha o direito de escolher que religião haviam de seguir, ou mesmo a liberdade de não seguirem religião nenhuma. Eu quis ir para a catequese logo desde cedo, ninguém me pôs lá sem eu dizer que queria, sem eu pedir. Claro que na altura a minha vontade se prendeu mais com o facto de todos os meus amigos andarem na catequese, do que propriamente pela simpatia à religião. Mas a verdade é que desde logo me identifiquei com tudo aquilo e quis ser batizada. 
Aconteceu exactamente o mesmo com o meu irmão, pediu para ir para a catequese sem que ninguém o pressionasse e agora vai ser batizado. Domingo lá vou eu ver o petiz a levar com água benta na cabecinha, estou orgulhosa e sinto-me feliz por ele ser mais velho e por isso podermos desfrutar os dois desse dia que é tão importante para ele.

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