09/01/2011

Será mesmo assim?



As pessoas andam tão “cheias de si próprias” que se esquecem dos outros e, quando se lembram, por acaso, estão demasiado ocupadas para lembrar mais e logo tratam de se esquecer.
As pessoas andam sozinhas. Trabalham sozinhas em cubículos, almoçam sozinhas, para ser mais rápido e voltarem para os cubículos e trabalharem mais, vivem sozinhas e fazem compras sozinhas, carregam bem os sacos cheios de poucas coisas que só elas vão consumir.
Também há pessoas que não vivem sozinhas, que têm famílias, colegas de trabalho, amigos com quem conversam… mas nesses casos andam também sozinhas, na maioria das vezes, com a cabeça cheia de pensamentos e problemas pessoas que são sempre maiores, mais importantes e mais graves que os dos outros e que por isso não partilham com ninguém.
Então, o importante, o essencial é o nosso espaço físico, a nossa concha. Para os adolescentes, o quarto; para as mães de família dedicadas e airosas, a casa toda; para os viciados no trabalho, o cubículo. Todos nos preocupamos em melhorar sempre mais esse nosso espaço, quando na verdade, o nosso espaço devia ser o mundo. A nossa casa devia ser considerada apenas uma janela, para essa enorme casa de todos nós que é o mundo.
E é bom, bonito e positivo pensar desta forma, mas no fundo todos achamos que isso são coisas dos livros, que a realidade não é essa, e se calhar nem é, mas podia ser. Podia, mas nunca vamos saber, porque nunca vamos tentar mudar as coisas, nunca vamos deixar de ser habitantes de nós e das nossas casas, para sermos habitantes dos outros e do mundo.

3 comentários:

C disse...

É verdade cada vez as pessoas preocupam-se em melhorar o seu mundo e deixam todos os outros de parte e fazem tudo para conseguir o que querem afectando terceiros sem problema nenhum! Não percebo esta maneira de viver e este egocentrismo que é o só pensar no seu umbigo, a maior parte até pode acabar com muito sucesso em alguns aspectos mas noutros vão ser um completo fracasso, sem amigos, sem uma vida sem ser a profissional.É que todos se esquecem que precisam de outros para viver em harmonia total...

Tânia Gil disse...

Exacto. Eu não me imagino a viver sem os meus amigos e as pessoas que amo á minha volta, por isso este tipo de coisa não me entra mesmo na cabeça.

C disse...

As pessoas precisam de pessoas. E quando tal não acontece é por que há qualquer coisa de muito errado.