16/06/2013

O sofá vazio


Desde aquele dia , há mais de uma semana, que não saía de casa. A ideia de chegar e não te ter na sala a ver o canal Hollywood ou na cozinha junto à janela a ler o jornal, impedia-me de sair. É uma realidade a que continuo querer fugir mas que sei que tenho que encarar. Não estás mais aqui, nunca mais estarás, estando eu em casa ou na rua, aqui ou qualquer lugar do mundo, estarás sempre noutro sítio. Por isso ontem saí, ele levou-me ao cinema. Aventurei-me no mundo lá fora e tentei ocupar a minha cabeça durante umas horas, distrair-me, sorrir talvez. E consegui. Mas depois voltei para casa e o vazio dela engoliu-me novamente. Sinto falta de te ter sentado no sofá, de ter que suplicar por uma hora com o domínio do comando da televisão, de ter que esperar que adormecesses para ir ver aquele episódio há tanto tempo gravado. Tenho saudades de te ter sentado no sofá.





3 comentários:

C disse...

Ainda não tinha tido oportunidade de passar por aqui, nunca sei o que dizer nestas alturas. Só sei que com o tempo, tudo se torna mais leve... Um grande beijinho e muita força!

Inês disse...

devagar, muito mais devagar do que qualquer um gostaria, o tempo vai cedendo e vai deixando que pequenas lembranças da vida como era dantes voltem a entrar nos teus dias. não rejeites essas ofertas que o tempo te vai dar, de vez em quando e um bocadinho mais todos os dias. é isso que *ele te vai querer ver fazer: receber com paz e esperança esses pequenos momentos. quem sabe se não é *ele que diz ao tempo para *lhe fazer esse favor e um dia tornam-se tão bons amigos que isso se torna uma rotina, sendo tantos mais os momentos de normalidade que acabas por começar a conseguir respirar com mais leveza. é certo que nunca vai voltar a ser como era, mas essa paz que *lhe desejas, como disseste no outro dia, é de certeza tão ou mais retribuída por *ele. aceita-a com os braços abertos como se *o fosses abraçar, porque pelo menos um bocadinho *dele deve trazer agarrada.
continua forte, sempre. adoro-te

Flip disse...

As minhas condolências...