06/06/2014

Um ano


Faz hoje um ano. Como é possível? Às vezes parece que foi ontem, outras vezes parece que foi há muito, muito tempo. Perdi uma parte de mim, foi-me arrancado um pedaço de carne, um pedaço de pele, um pedaço de coração. A dor não foi embora, não diminuiu, não atenuou. O tempo não mudou nada. É uma dor sem igual, uma dor tão dormente, uma dor que arranha, que abre uma ferida maior e mais profunda tão profunda todos os dias. Não se esquece quem nos deu tudo, quem nos ensinou tudo, quem nos fez ser. Estás em mim todos os dias, como se me estivesses agarrado à pele, como se estives impregnado nas paredes desta casa, consigo ouvir a tua voz, sentir o teu calor. Não há um dia que não pense em ti, não há um dia que não doa. Sou uma pessoa diferente desde aquele dia, sei disso, todos sabem, nunca mais voltarei a ser a mesma. Todos os dias à noite, sozinha, às escuras, peço a mesma coisa, peço que estejas comigo, peço que estejas em tudo o que eu sou, em tudo o que eu faço. Peço que estejas sempre por perto, que estejas sempre a ver-me, que nunca deixe de te sentir, que me guies sempre, que nunca deixe de ser a tua menina, que te orgulhes de mim. Serás eterno dentro de mim, nunca serás esquecido. As saudades são inarráveis e um ano é muito tempo mas ainda me falta uma vida inteira sem ti, depois de uma vida inteira contigo. Fazes-me tanta falta.


1 comentário:

Blackbird disse...

A dor mantém-se, as saudades aumentam cada vez mais mas a vida tem que continuar... Força :)