O meu estágio terminou. Gostava que esta experiência tivesse sido diferente, gostava de ter adorado, de sair com a sensação de realização, de coração cheio e com saudades. Mas não, eu não gostei do meu estágio e tenho que o assumir. Era suposto ser a melhor parte, afinal, passamos os três anos da licenciatura à espera da altura em que poderemos ir para o terreno, aplicar na prática os quilos e quilos de teoria que aprendemos e assimilámos ao logo de todo o curso. Mas a verdade é que rapidamente percebi que ali, naquele hospital, com aquelas pessoas, a fazer aquilo que estava a fazer, esta não seria, com certeza, a melhor parte. Não me identifiquei com as pessoas, nem sequer com a minha orientadora, com os métodos de trabalho, com os procedimentos escolhidos. Havia dias em que apenas trabalhava em piloto automático, contado as horas para acabar, para sair dali. Havia outros em que apenas me esforçava para não chorar. Tenho pena, pena por ter entregue o meu único estágio curricular a uma experiência que não me fez feliz. Mas a vida é assim, nem sempre estamos onde queremos, nem sempre fazemos escolhas acertadas, nem sempre as nossas expectivas são cumpridas, nem sempre ganhamos as nossas batalhas. Está feito e agora só tenho que redigir o melhor relatório de estágio que conseguir, apresentá-lo em Setembro, da melhor maneira que souber e ir à procura de novas experiências, novas oportunidades, onde possa mostrar tudo o que sou e o que sei, onde possa desenvolver um trabalho que me realize, que represente a profissional que quero ser e aquilo em que acredito. Tenho que deixar o passado onde ele pertence e olhar para o futuro com esperança. Até lá, tenho um Verão à minha espera, que seja espetacular.
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