Há um ano tudo acabou. Sonhos, projectos, sentimentos fortes, sorrisos, promessas, uma felicidade plena..tudo se desmoronava ali, em poucos minutos. Durante muito tempo não conseguia acreditar que te tinha perdido, que tudo o que tinhamos construido não existia mais, como se estivesse adormecida, presa a um pesadelo que teimava em não terminar. Era impossivel, o que nos ligava era forte de mais. Ainda hoje não sei bem como tudo aconteceu.
Custou tanto ouvir os que nos consideravam o casal perfeito, o casal sem problemas, o casal mais feliz de todos e que certamente seria o casal a permanecer mais tempo junto, custou tanto ouvir as palavras incrédulas de quem dizia ser impossivel ter acabado, quando eu tinha a noção que isso tinha mesmo acontecido.
O mundo não era mais o mesmo, sentia-me sem rumo, sem equilibrio, faltava-me a minha metade, a minha força, a minha razão de tudo, o que me mantia de pé, o meu melhor amigo. Não te perdi só a ti, perdi tudo o que significavas, e era tanta coisa. Nunca partilhei tanta coisa com alguém como partilhei contigo. Agora penso como podia ser tão dependente assim de uma pessoa e como o permaneci durante tanto tempo. Penso na quantidade de vezes que me disseram que sentias exactamente o mesmo que eu, nas vezes que me contaram estares de rastos também e nas vezes que esperei que então viesses falar comigo querendo reconstruir tudo. Mas isso nunca aconteceu, fechaste o teu sofrimento numa concha tal como eu, na esperança que ele desaparecesse, por medo de novos erros. Agora, passou um ano e só há bem pouco tempo a minha dor atenuou. O buraco no meu peito está a ser sarado aos bocadinhos, pouco a pouco. Mas eu sinto saudades, eu penso eu ti e no que fomos, menos vezes é certo, mas ainda penso. Foste demasiado importante, foste o meu mundo e não consigo esquecer completamente. Estou a seguir com a minha vida e estou feliz com ele, estou a conseguir sentir amor outra vez, devagar. Pensei que não conseguiria mas estou a conseguir e sinto-me muito bem por isso.
Mas hoje faz um ano e bateu uma saudade, uma melancolia, uma vontade de te ver e de estar ao pé de ti. Amanhã quando acordar isso vai ter que desaparecer. Há datas que não deviam ser lembradas.
1 comentário:
não deviam mesmo ser lembradas s:
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